Oscar-2018: O Principal

Há um ano, a cerimônia do Oscar acabou sendo prolongada sem Deus e durou quase quatro horas. Como então, as estrelas de Bonnie e Clyde Warren Beatty e Faye Dunaway saíram para apresentar o prêmio final. Mas desta vez o roteirista, diretor e produtor de As formas da água, Guillermo del Toro, primeiro se certificou de que o envelope com a inscrição “Melhor Filme” contivesse realmente um pedaço de papel com o nome de seu filme, após o que o os resultados do Oscar # 90 tornaram-se finais e irrevogáveis: 2017, um ano de muito sucesso para a cinematografia, de fato culminou em um show exemplar e medíocre, que realmente enriqueceu um cinema mediano.

A fantasia romântica del Toro recebeu mais três estatuetas (para o melhor diretor, o melhor cenário e a melhor música original), mas se nessas categorias os nomes dos vencedores fossem conhecidos por todos que, pelo menos com o canto do olho, seguiu o andamento da temporada de prêmios, em seguida, na luta pela intriga "Oscar" mais importante permaneceu até o último. De uma forma ou de outra, a American Film Academy, que sempre soube engraxar o final e fazer a escolha mais entediante (segura, politicamente correta), não decepcionou desta vez, preferindo "Três outdoors na fronteira de Ebbing, Missouri", "Dunquerque" e "Get Out", um lindo conto de fadas sobre o amor às minorias (incluindo o homem anfíbio semelhante a um deus).

Com toda a justiça, no final, apenas "Lady Bird" de Greta Gerwig ficou sem prêmios, em vez disso, ela se banhou de amor pelos apresentadores e outras colegas de quarto do Los Angeles Dolby Theatre durante toda a noite. Dunquerque, de Christopher Nolan, obteve um hat-trick de consolação nas categorias técnicas (Melhor Edição, Melhor Som e, você não vai acreditar, Melhor Edição), a estreia na direção de Jordan Peele, Get Out, ganhou uma estatueta de Melhor Roteiro Original. E Três de Martin McDonagh Os outdoors, considerados o principal concorrente do The Form of Water, se destacaram em duas das quatro categorias de atuação.

A incomparável Frances McDormand ganhou o segundo Oscar de Melhor Atriz (o primeiro, de Fargo, data de 1997) e foi lembrada por mais um espetacular discurso de vitória, e Sam Rockwell se livrou da fama de ator mais subestimado de sua geração, recebendo uma estatueta de Melhor Ator Coadjuvante … Gary Oldman e seus maquiadores foram inevitavelmente premiados pelo papel monumental de Winston Churchill no drama biográfico "Dark Times", e Allison Jenny - pela má educação de Tony Harding na tragicomédia biográfica "Tonya Against All".

James Ivory, de 89 anos, chegou ao Livro dos Recordes da Academia, tornando-se o vencedor mais velho de um Oscar competitivo (pelo roteiro nada original Call Me by Your Name), e o grande Roger Deakins, ao contrário, desapareceu dela, em a 14ª tentativa, ganhando estatueta de melhor operador de câmera (por seu trabalho em Blade Runner 2049, também premiado pelos melhores efeitos visuais). Mais do que muitas outras, a noite foi um sucesso para o figurinista de "Phantom Thread" Mark Bridges, que recebeu não apenas um Oscar em sua categoria, mas também um jet ski novinho em folha, prometido por Jimmy Kimmel ao autor do discurso mais curto logo no início da cerimônia.

Kimmel, que estava brincando bem-humorado, lidou com seu trabalho como apresentador do programa como um todo - como seus produtores, que decidiram não reinventar a roda e justificar seus honorários com decorações luxuosas e tempo impiedoso - com abundância de cortes com fragmentos das melhores performances do ano passado e das nove décadas anteriores. Apresentadores eloquentes e vitórias individuais foram responsáveis pela agenda - não as "Formas da Água", então "Os Segredos do Coco" (o slogan "Viva o México!" Soou do palco com mais frequência do que qualquer outra pessoa), e não o Chileno “Mulher Fantástica” (sobre uma mulher transgênero), então documentário “Ícaro” (sobre doping em esportes olímpicos).